quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Querido professor.

Querido professor, deixe-me lhe perguntar uma coisa! Você sendo mais experiente do que eu saberá me responder, eu espero.

Você acha que quando se é capaz de fazer uma coisa, você deve fazê-la?

Porque, confesso, acho que sou capaz de ser mal. Mais devo ser mal? Devo usar e abusar de todas as capacidades? Sou mal por ser capaz de ser? Tão confuso. Alguns me dizem que sim, outros que não.

Sim o que? Sou mal só pela capacidade de ser? Não? Não o que? Não sou capaz de ser mal? Não entendo, ou finjo não entender, porque também sou capaz de fingir, mais quem não é? E me responda essa ultima sinceramente.

E o amanha, querido professor, que capacidades o amanha me permitira? Só espero que ele não me tire a capacidade de pensar.

Uma coisa que sou capaz, também professor, é de agredir, mais essa capacidade que é inerente a qualquer ser humano, essa eu não uso, mais há pessoas que se afogam no ar. Pra esse acidente só um banho de água quente para curar. Ou era água fria? Desculpa não me lembro bem, a receita era da minha avó, e eu não tive tempo pra aprender com ela. Morreu antes que eu nascesse então tive que ficar na duvida. Trágico.

Também cortei algumas das minhas capacidades. Cortei a capacidade de matar, de insistir, de reviver, de renascer. Tudo com re, porque re, me lembra ré, e essas capacidades são ferramentas pra voltar pra trás. O Moonwalk das capacidades.

Professor, me diga. É melhor entender ou ignorar? Eu por varias vezes entendi e ignorei, mais acho que agora nem preciso entender pra ignorar. Você viu ontem professor? Viu o que eu fiz? Não? Não esquenta, pois não era nada de mais, eu estou aqui, você está ai, o mundo gira, o sol bilha e a noite cai, então não devo ter feito grande coisa, está tudo muito normal.

Ante ontem, lá na praia, passou um hippie por mim. Estava ele, insatisfeito com seus dreds, e eu o questionei: Se está tão insatisfeitos com seus dreds , porque não os corta? E ele muito sabiamente ou não, disse: Não posso cortar os dreds, pois são parte de mim, só corto as pontas duplas pra tentar deixar meu cabelo mais bonito. O Hippie foi embora, e a praia ficou deserta.

Outra pergunta professor, depois de amanha vai ter prova?

Qual o tema?

Geografia sentimental? Não?

Matemática sentimental? Fácil!

Essa matéria se resume a colocar zeros a esquerda. Depois você subtrai o que não for zero, e fica com o valor igual o do principio. Eu disse que era fácil.

Preciso lhe fazer uma confissão. Estou de saco cheio de feijão, enjoado eu diria. Se juntar com o arroz então piora. Em qualquer lugar que eu vou é a mesma coisa, e não para. Arroz e feijão, arroz e feijão, arroz arroz, feijão feijão. Saco. Tédio. Monotonia. Tenho problemas com a monotonia.

Agora uma ultima pergunta professor: O senhor se identifica comigo? ...

...

Também odeia feijão?

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