domingo, 6 de novembro de 2011
O dom de não pensar.
Hoje eu sai pra não pensar. Sai pra tentar ignorar o que me tinha acontecido. Caminhei pra pensar nas coisas a minha volta e não no que me aconteceu.
Eu imploro a mim mesmo pra não pensar, pois não quero desenvolver o ódio que há dentro de mim, não quero acreditar que ele existe.
Comecei a caminhar, e tentar achar alguma coisa engraçada, para que ninguém me visse a ponto de chorar.
Segurei o choro, e pedi ao tempo que mandasse chuva para molhar o meu rosto, ao invés de minhas lágrimas. Sai para resolver alguns assuntos pendentes. Sai e cedi aos meus medos e demonios, mais me arrependi rapidamente.
Caminhei sem rumo, no começo. Depois fui criando caminhos e objetivos, lugares para chegar. E a chuva começou.
Parei em frente a um restaurante fechado, sentei na calçada e comecei a ler um livro que estava em minha bolsa. Me identifiquei com a mulher do conto que lia. Ela apostava nas ameixas, e eu acho que aposto também.
Tentava olhar somente para o livro e acreditar que estava ainda chovendo e que teria que esperar muito sentado por muito mais tempo.
Percebi que o vento soprava contra a tempestade e me intriguei. Bebi um gole da bebida que tinha comprado. Pensei que estava errado o vento soprar desse jeito, mais quem sou eu pra ditar como o vento deve soprar.
Voltei para minha caminhada, e fiquei imaginando qualquer coisa, e repetindo mentalmente: Não pense, não pense, não pense.
Resolvi devolver o livro para a pessoa que tinha me emprestado. Não queria conversar com ninguém. Não estava bem no momento, e continuo não estando agora.
Pensei que a pessoa poderia perguntar se eu queria conversar, e eu diria que não gostaria pois não estava bem, teria sido sincero, ou talvez só dissesse que não gostaria de conversar. Mais provavelmente não iria me perguntar nada, e então eu sairia e continuaria minha caminhada.
Em meio a caminhada percebi que não havia mais lugares pra ir, nem pra voltar e que também não poderia ficar parado. Decidi voltar a minha casa, onde tudo havia acontecido. E pensei que seria mais difícil não pensar estando lá. Dei algumas voltas, e fui para casa de minha tia. Ela pediu que eu ficasse e disse que não. Não queria incomoda-la com meus problemas ou com minha presença.
Voltei a minha casa, estava trancada. Fiquei esperando. Deitei no sofá de fora, e comecei a ler meu Script, depois me cansei e deitei para brincar com a gata.
Abriu o portão, colocou a chave lá e disse: A chave está aqui.
Eu peguei a chave e abri a porta, ainda me esforçando para não lembrar. Mais lembrei e chorei.
É um pouco sem nexo e coerencia o que digo, mais precisava dizer. Não digo o que aconteceu, mais digo tudo que pensei, quando só o que eu queria era não pensar.
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