sábado, 28 de janeiro de 2012

ladrão.

Já assaltou alguém? É assim, você planeja bem detalhadamente, escolhe muito bem a vitima, e rouba tudo o que ela tiver de melhor a te oferecer. Sou ladrão, mais com um grande problema, não consigo concluir a ultima parte do plano. Planejo tudo com muita sabedoria, sou muito bom em anteceder meus passos, na escolha da vitima as vezes eu erro, mais tudo bem, é só sair correndo caso algo de errado, agora pra roubar é que eu me boicoto. Mamãe me disse que não posso roubar. Ela não me disse nada sobre assaltar ou escolher vitimas. Quando o primeiro e o segundo passo dão certo, vejo uma montanha com um báu de ouro bem no topo. Vou subindo meio tímido, meio malicioso. No báu há moedas de ouro que me cegam, quase encosto, quase ponho a mão. Sou quase, sempre quase. Sou a trave do gol. Lamentavelmente, viro as costas, tenho medo da desordem, tenho medo da policia, tenho medo de ficar rico de mais. Assusto o outro, me ponho em risco, e desisto, acredito que tenha me viciado na adrenalina que é o tentar de novo, na adrenalina na repetição, viciei na possibilidade, viciei na impossibilidade de ser roubado, viciei na minha derrota, ela é doce, tão doce quanto o meu orgulho. Vencer, concluir o roubo, pra mim seria uma desonra muito maior. Serei sempre a criança inacreditavelmente atentada. Sou ladrão, ladrão do meu tempo e do tempo alheio.

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