Sou um suco. Tenho me tomado tanto. Tenho me espremido
tanto. Tenho chorado as gotas de meu suco para estar o mais concentrado possível.
Não a açúcar que me adoce, nem gelo que me refresque. Tenho amargado a boca,
tenho atraído pestes. Estou transbordando de mim. Estou caindo pra fora. Tenho
sido laranja, verde, roxo, azul, preto, preto, preto, preto. E no final do
copo, só me sobro, o bagaço.
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