terça-feira, 4 de junho de 2013

de visitas e visitas.



Há quem te traga conforto, há quem te de o futuro e o passado, há quem te de apenas a presença, sem nenhum ônus, há quem coloque mundos em sua casa sem desrespeitar o mundo ali presente, há quem visite dentro de seu próprio corpo e compartilhe de sua miséria, que separe cinco minutos para ouvir suas tristezas   e dizer as suas, talvez como forma de mostrar mais semelhanças do que se aparenta ter; Existem pessoas, pouquíssimas e raríssimas que não custam nada, exatamente nada, mais que possuem um valor inestimável, existem pessoas que não lhe cobram nada mas que sabem receber o que temos a oferecer, pessoas que sabem ponderar o tempo, que saber ser limpas, que sabem querer sem precisar, que sabem não querer quando precisar, que sabem ser elas onde quer que estejam, e que saber que ser elas mesmas não incomoda ninguém, existem pessoas.
Uma visita assim deve ser sempre agradecida, uma visita dessas é uma entrega onde se deixa coisas que não ocupam espaços e que não ocupam ninguém mas que fazem toda a diferença em nossa vida, uma visita tão familiar que não nos força a atenção quando ela consegue naturalmente recebe-lá.
Alguns vem e vão, como a ordem natural do destino manda ser, alguns merecem apenas ir como um barco quebrado descartado ao mar, violas quebradas emboloradas por fora e por dentro, também alguns merecem vir e encontrar em terra nossas trincheiras prontas e canhões carregados, as facas em mãos e um rosto amargo,  e aqueles que sempre viram e sempre irão, mas que fixam moradia dentro de nós, aqueles em que confiamos o suficiente para entregar as chaves e sem avisar abrir e fechar nossa geladeira.

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