terça-feira, 16 de julho de 2013

de agonia.




O meu ser anda de cabeça erguida, com roupas limpas e engomadas, de cabelo penteado e rosto claro, meus dentes estão extremamente limpo e sapatos engraxados, de postura ereta e olhar constante. Minhas palavras são definitivas e decisivas, meu corpo é magro e rígido, minhas unhas polidas, meus joelhos endurecidos. Minha pele é firme, minha boca é cerrada, sou pelos que me vêem alguém duro, um jovem austero, sou imperativo, exclamação. Mais só por fora sou viola de pedra, mais só por fora eu tenho aparência, por dentro sou um pão bolorento recheado de uma gota aguda e refinada de agonia, sou um emaranhado de lama, um montante de visco, por dentro realmente estou esperando em tortura para ser salvo e uma confissão ou outra me ajudam a passar por mais uma noite de existência, as outras noites eu preencho com pensamentos suicidas, alguns dramáticos, outros indolor.

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