domingo, 13 de outubro de 2013

like a life.



E basta olhar pra dizer. E basta ver para crer. E só resta não me mover, e deitar, e calar! E o que fazer?! Não chorar, nem sorrir, nem ficar, nem ir. Lamentar! Assim como se lamenta cotidianamente o ônibus perdido, a ponta do lápis quebrado. Reduzir! Assim como se amassa uma lata ou como se apaga o cigarro e destrói a brasa antes que ela se apague. Expandir, como quando uma criança se esconde dentro da geladeira ou se faz uma bolha de goma de mascar. E de tudo o que sinto, quero, vejo e digo, jogarei no lixo, porque é onde eu devo estar e ficar, jogarei meus livros e revistas, guardarei apenas meus boletos bancários, por que a vida é só isso. E despirei-me de tudo, e não haverá nunca ninguém tão branco, nem tão preto, e tão transparente, por que a vida é só isso. Porque eu tenho tanto amor, e sinto tanta dor, e digo tantas mentiras, e quero tantas verdades. Para fora comigo! Porque eu sou só isso! E só estar tão distante quanto sinto-me de mim, e só ver tudo o que de mim possa ver. - se é que o cabelo em meus olhos permitam-me - e esmurrar o espelho até que seus cacos entrem em mim, que minha imagem seja eu, que eu possa me ter. Mas nada a mim basta, não sou nada. Nem mesmo um simples prego que mereça ser martelado, nem a madeira que mereça ser perfurada. Nada. Me jogarei da janela do décimo segundo andar, sem cartas para compreender, nem vento a incomodar. É temporada de suicídio, mate-se quem puder!

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