domingo, 5 de outubro de 2014

Menta de malucos!



Quando você morrer espero descobrir! Chorarei rios de lágrimas, meu coração baterá de saudade, minha cabeça enlouquecerá, serei eu o personagem mais triste do seu enterro, o devaneio mais louco entre as pessoas, recitarei todas as passagens memoráveis que deixas-te em mim, e lembrarei a todos de tudo o que você já foi, talvez eles não se contentem, pois de certo a verdade pode doer um pouco naqueles que já experimentaram seu sabor, mais o que dizer minha doce amiga, você foi agridoce! Porém, foi você uma coisa única, começou doce como nuvem e terminou azeda como o passado, meu dias com você foram melaço, meus dias sem você foram fel, todos eles. Mais ainda assim, me agradas, mas ainda me agradas por mim e nunca por você, eu te via como água, mas sempre foi e sempre serás o mais obscuro dos petróleos, e não petróleo por impenetrável, mas petróleo daqueles que poluem o mais límpido dos rios, o rio da amizade. Sinto dizer e sinto por mim, em espirito, não se culpe, a culpa é toda minha, fui em quem creditou, fui em quem empurrei as fichas esperando lucrar algo em um jogo de sorte. Lamento por mim que perdi tanto tempo esperando as moedas de vinte e cinco centavos, que juntas poderiam comprar o fumo que nos mataria juntos, ao mesmo tempo, ao mesmo espaço, no mesmo ar, na mesma memória. Escrevo, pois jamais seria capaz de dizer-lhe estas coisas, você sempre me pareceu desameadamente frágil e por mais austera que és, nunca passou de uma pena soprável em um abismo imaginário. A minha dor é saber que já sabia tudo em você e de você, a minha dor é saber que meu discurso sobre esperar o pior das pessoas te deixava a parte, e que sim você conseguiu me surpreender. Mas contudo, jogo apenas um desejo sobre o destino - espero morrer antes de ti!

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