quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Absoluto

Há uma demora, dura e intangível.
Há quem demore por ser tão flexível.
Há uma esperança, fluída e infinita.
Há quem espere resistindo a dureza da vida.

Há um momento que não vem,
Um momento que não chega.
Há um momento que já foi.
Um momento que não vai.

Mas o que é que será?
Que dê certeza!
Mas o que é que era?
Que dê espaço!

Vejam! Vejam! Olhem essa força!
Força de um futuro esbelto,
Força de um passado incerto.
Força de um presente fraco.

São tão vastas as possibilidades,
Tão infimas vontades,
Tão invisíveis as pessoas,
Tão profundo o pesar.

Quem reza por mim?
Eu rezo por quem reza por mim.
Por qual eu que se reza?
Por qual quem rezo eu?

Quem preza por mim?
Eu prezo por quem preza por mim.
Por qual eu que se preza?
Por qual quem prezo eu?

Todos os dias, daqui pra frente.
Todos os dias, daqui pra trás.
Todos os dias os dias,
Todos eles incapaz.

Todos os dias incapazes,
De agradecer,
De esquecer,
Todos os dias incapaz de ser.

Há uma demora infinita como a esperança.
Há um amanhã tão distante quanto o ontem.
Há uma vitória que fracassa todos os dias até nascer.
Há uma derrota que triunfa todos os dias até morrer.






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