domingo, 15 de setembro de 2019

Tu vazio.

O vazio me afronta, me assombra. Coitado!
Mal sabe o vazio que meu medo é ensaiado. Dos passos paulatinos que dou por entre as coisas, como um exitante pisante, firmo a cabeça no longe. Mal sabe também que bem quis um dia saber da vontade dos homens, decorada na mente com um olhar relance, se soubesse que isso é que me faz tediante. Do sopro suave que derrama a exporádica lágrima, turvo a própria maldade para me fazer miragem e desconfio até de mim mesmo quando choro um desejo falso que não tenho.
Vem-te a mim vazio e me descubra já estando, o que tu queres eu já era, sou teu espaço de acalanto. Vem-te a mim vazio e me penetra, olha com estrangeirismo esse meu in imaculado, uiva no exorcismo opaco que me retira de mim e deixa no meu corpo gelado o conforto que merece um vazio ignóbil e desabrochado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário