Quando eu escrevo é sempre pra alguém ou pra alguma coisa. Sempre tem um intuito. Sempre tem fragmentos de mim. Não sei com os outros, mais sou incapaz de ser ferramenta do mundo e escrever por ele.
Seria eu a pior metáfora de mim mesmo, seria o que eu escrevo a pior figura de linguagem da minha metáfora, seria essa figura de linguagem tão ruim que se precisa muitos sinônimos pra chegar à palavra exata.
Quando digo eternamente, só quem me enxerga sabe o quão breve esse momento será, e como não me enxergo, digo fervorosamente, eternamente.
Não é só necessário saber, eu penso. É necessário força pra manusear. É necessário estomago pra superar as conseqüências do paladar.
É bonito da minha parte tentar me descrever sem me conhecer. É me lapidar. É viver pra escrever e não escrever pra viver, pois isso é pra escritor e como não me enquadro, digo que escrevo.
Algumas pessoas vêem tanta facilidade pra me descrever, e eu sorrio. Aceito. E eu aqui me julgando cruel, preciso medir em copos o quanto é ser muito das coisas.
Ai como é ruim ser pedra no sapato. Penso que as pedras no sapato não nos incomodam porque machucam, incomoda porque não nos permite andar. E estamos compressa, não?
Acho tão difícil ler. Porque lendo me identifico, e logo em seguida descubro no mesmo texto que aquele personagem com qual me identifico é o vilão. Tragédia.
Ai esse meu amor contemporâneo, por você. Acho que tentando te podar eu me podei, se é que tentei, pois é o que parece dizer. Eu nessa minha humildade assumo a culpa, porque é beco sem saída tentar me esconder, mais você pensa que sendo humilde estou me escondendo. E estou. Medo de criança. Medo de você. Medo da capacidade que você tem pra me machucar.
Eu escrevo o que sou, e faço o que faço.
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