Os olhos abrem ao som da voz. O medo desperta a consciência, e a desconfiança paira entre a faca e o coração. Paralisa o corpo e deixa o bicho sedento acreditar na morte.
A tensão estoura o vidro e joga pra longe o passageiro.
O homem branco silencia e rouba o arco do índio. Corre, corre tanto que desgasta as pernas, e chega ao ponto de engatinhar se preciso, só pra se ver longe, só pra não ver.
A onça se deixa cutucar, e as abelhas dão o mel de bom grado. Curva-se, para não deitar. É medo. Sou bicho medroso que ostenta a vida.
Prefiro ser assim, porque vendo o que fez si próprio, não gosto nem de pensar nas coisas que pode fazer comigo.
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