quarta-feira, 23 de maio de 2012



Sonhei com você está noite. Você estava sem controle, sem razão, tinha ódio de tudo e de todos. As coisas estavam realmente ruins, nada dava certo pra você, as pessoas que você amava se afastaram, em sua vida só havia sobrado rancor e solidão. Você gritava no meio da rua, agredia as pessoas, as acusava por seus problemas, você soluçava de chorar, dizia a mim aos berros que já sabia que isso aconteceria, que também fora culpa sua o afastamento das pessoas, que se dar de forma manipulada para as pessoas acaba tornando o convívio social um veneno. No sonho você estava mais baixa que o normal, mas se erguia na ponta dos pés para euforicamente acusar os vizinhos, o marido, os filhos, o trabalho, o mundo. Ouve um momento em meu sonho que eu sentei, e você me acusou de estar sentado, de ser um inútil, um imprestável, me acusou de ver a sua situação e não fazer nada, em meu sonho você era um pontinho cinza que pulava em meio a monótona avenida de sua casa, meu sonho se passou em preto e branco, uma clássica tragédia contemporânea. Eu te olhava com um certo tanto de pena, de infelicidade, de compaixão, você contudo continuava a me dar soquinhos como uma criança carente pedindo atenção, me puxando a camisa, me beliscando até que eu lhe voltasse meu olhar a seu rosto. Não entendia,  porque, sendo você a pessoa que eu conheço, destoava em tons de cinza, conseguiu em sonho fazer o que nunca conseguiria fazer na vida real, libertar seu corpo a um ponto de não mais o controlar, não morrer, mais deixar ele dançar as musicas dos sentimentos solitários que a anos estavam empoeirados na vitrola, mais foi um sonho. Infelizmente, esse tipo de liberdade, você nunca conseguirá, eu sei, você sabe, e em meu sonho, disso, você não se queixava!

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