terça-feira, 20 de outubro de 2015

Vingança.


Sou extremamente vingativo, e bem lá no fundo ou na frente mesmo, quem não é? Vingança também é arte, vingança é a arte de executar o carma do universo com as próprias mãos, é uma arte plástica, mas também é a arte cênica, algo visível que pode te causar sensações variadas, tudo depende é claro se você é palco ou plateia.
E pra se falar de vingança deve-se já no começo certificar-se de estar despido de moral, vingança não é papo de homem, é papo de humano.
O mais interessante é identificar como cada pessoa se vinga e tenho que dizer que dessas observações saem coisas muito interessantes, como por exemplo o tempo da vingança. Já vi gente dizendo que o tempo é em si a melhor vingança, já ouvi gente dizendo que ela é um prato que se come frio e disso já tiro meu tempo de vingança, para mim vingança é fast food, alguns dizem que ela tem o tempo certo e outros que seu tempo é quando menos se espera. Interessante pensar que o tempo da vingança ajuda também a definir a forma de vingança. Pense, como você se vinga? Explicitamente, para que todos vejam a divida sendo cobrada? Psicologicamente, invadindo a intimidade do outro e a desfigurando por dentro? Emocionalmente, destruindo os laços mais fortes e propiciando espaço para os sentimentos mais indesejáveis? Socialmente, desconstruindo os círculos e minando todos os relacionamentos? Existem muitas formas de se vingar, justas ou não, elas existem e também interessante perceber que as vezes elas e suas formas aparecem mais como uma reflexo do que realmente uma escolha consciente.
Eu como já disse sempre fui vingativo, sempre achei nobre ser vingativo, sempre vi nela uma força propulsora, que nos permite fazer o balanço do nosso patrimônio existencial, quando algo é subtraído algo também é adicionado, e se a conta no final der erro, você é seu contador, a vida é apenas um sócio.
Gosto de pensar que me vingo bem, na medida certa... medida certa para que não aconteça de novo é claro. Como tenho facilidade em lhe dar com imoralidade ganho algumas ferramentas a mais e digo,  me considero um cirurgião plástico,  as vezes tão sútil que a aparência, a estrutura, continua a mesma, a diferença vem na recuperação. Em poucas palavras eu diria que costumo vingar-me tirando as possibilidades das pessoas, tirando delas o que eu acho que elas não merecem ter, não merecem ver, e as vezes elas nem percebem isso acontecendo, na verdade você não pode reclamar de algo que você nunca teve, não é mesmo?
Falar sobre vingança trás a tona uma série de questões filosóficas, sociais, morais, éticas, mas eu acredito que só se fala dela, com paixão, com propriedade, tirando todos esses coletes, explodindo o fel na boca e aceitando que também somos amargos. Talvez seja insanidade minha querer dizer algo com propriedade mas eu não me importo, também somos insanos, e se não forem vocês, eu sou. Eu gosto é de dizer as coisas com verdade, e de fato a vingança é uma verdade e nas verdades vejo beleza, nas verdade eu vejo a essência e o essencial para a mudança.

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