sábado, 26 de novembro de 2011

Dona Flor

De cara limpa não diz, então bebe menina. De cara limpa não ama, então bebe menina. De cara limpa descansa, então bebe menina e vai trabalhar.

O menino adoece a sua presença e você faz questão de visitar. Bebe menina. Se embebeda e me diz tudo, fala pra mim o porque, justifica o que não é justificável. Bebe e cai. Bebe e implora a presença de quem te implora sem beber.

Ninguém pode julgar o seu amor e muito menos julgar as divisórias do seu coração, mais alguém tem que chefiar, e alguém deve ser submisso. Não é complexo. Bebe. Também não é simples. Bebe. Dona flor não é o papel da sua vida. O papel da sua vida é apontar e matar o outro. Mais quem é o outro? Você escolhe. O outro de outrora, ou o outro de agora? Quem é mais? Quem é menos? Quem é mais do mesmo?

O que se faz agora? Chora? Não chora menina, só bebe, apenas bebe. Quando você bebe, eu só posso proteger seu corpo. Quem protege a alma? Quem protege o coração? E sã você se meteu em um labirinto, um labirinto de varias saídas, mais onde você vai sair? Quem vai sair?

Eu lhe jogo questões, então bebe pra responder. A sinceridade se mostra no álcool, no copo está a chave pra verdade. A verdade complica, a verdade é pior, pior é mentir, pior é mentir pra si mesmo. Bebe. Vomita tudo, Poe pra fora, escolhe agora, ou não escolhe e para de beber.

Bebe menina e escolhe antes que de tanto escolher acabe sendo escolhida, ou pior ainda, acabe não sendo.

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